tag:blogger.com,1999:blog-186974262024-03-07T07:03:17.118-03:00Poemas e PseudoPoemas, MPB e Devaneios<p align="center">
Textos, pensamentos, poesias... Enfim, diversas formas de expressão.
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</p>Unknownnoreply@blogger.comBlogger85125tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-31113887868888231342011-11-30T11:30:00.005-02:002011-11-30T11:30:41.977-02:00<b>Transição</b><br /><br />Não tire da paixão<br />o direito de virar amor.<br />Esse é o sentimento completo,<br />aquele apenas calor.<br />Um se apaga com o vento,<br />o outro apenas com a dor.<br /><br />A mente que não se concentra<br />é prenúncio de confusão.<br />Quando o corpo se agita,<br />pode apostar que é paixão.<br /><br />Aceite o nobre caminho<br />em tom de elevação.<br />O peito que bate mais forte<br />anuncia a transição.<br />Quando o amor chega perto,<br />é maior que qualquer paixão.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-88792594329522351762011-11-30T11:30:00.003-02:002011-11-30T11:30:27.307-02:00<b>Grade Curricular</b><br /><br />Matemática, literatura<br />Livro texto, gravura<br />Da Vinci, Machado de Assis<br /><br />É a regra da escola<br />No máximo bate-bola<br />De camisa, chuteira e ainda por cima juiz<br /><br />Queria aprender Cartola<br />Mas na minha escola<br />Tal matéria eu nunca vi<br /><br />Insisti até conhecer a Portela<br />E foi por essa viela<br />Que eu me perdiUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-45968516706502709562011-11-30T11:30:00.001-02:002011-11-30T11:30:10.609-02:00<b>Não tem nome, nem idade</b><br /><br />Vamos arriscar poesia<br />Resumir em linhas<br />O que a mocidade fez<br /><br />Samba que não tem maldade<br />Transmite a verdade<br />Compondo meu ser<br /><br />Já falaram: ele não tem vaidade<br />Não tem nome, nem idade<br />É simples, entenda o por quê<br /><br />Não precisa ser bamba<br />Ou celebridade<br />Até moleque da cidade<br />No samba eu vi crescerUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-43386821186581279102008-11-26T00:44:00.003-02:002008-11-26T00:49:43.661-02:00E eu que morava sozinha.<br />Um dia vi um pêlo em meu desodorante rolon.<br />Não era meu.<br />A geladeira entreaberta<br />e um copo sujo sobre a pia<br />Não era meu.<br />Ouvi um suspiro surgir ao meu lado.<br />Não era eu.<br />Era o lado ocupado na cama<br />Que eu tanto queria.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1169824650746952862007-01-26T13:11:00.000-02:002007-01-26T13:17:30.846-02:00ImaginaçãoProcuro uma razão<br />e de literal me resta a dúvida.<br /><br />Sim.<br />Quero o absurdo,<br />quero o espelho<br />da minha negação.<br /><br />Idealismo ou<br />encenação,<br />a minha tara é livre.<br />Tão simples<br />que não sei dizer.<br /><br />Tu que me vês,<br />diz-me o porquê<br />da minha imaginação.<br /><br />Vianna<br />Novembro/2006Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1165259436599174522006-12-04T17:09:00.000-02:002006-12-04T17:10:36.610-02:00Montagem<a href="http://photos1.blogger.com/x/blogger/1748/1836/640/836192/collage.jpg"><img src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/1748/1836/320/400012/collage.jpg" alt="" style="display: block; text-align: center;" border="0" /></a> <a href='http://picasa.google.com/blogger/' target='ext'><img src='http://photos1.blogger.com/pbp.gif' alt='Posted by Picasa' style='border: 0px none ; padding: 0px; background: transparent none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: initial; -moz-background-origin: initial; -moz-background-inline-policy: initial;' align='middle' border='0' /></a> Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1164464348913749392006-11-25T12:18:00.000-02:002006-11-25T12:19:08.933-02:00Pôr do Sol em Porto Alegre<a href="http://photos1.blogger.com/x/blogger/1748/1836/640/55427/00097.jpg"><img src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/1748/1836/320/832319/00097.jpg" alt="" style="display: block; text-align: center;" border="0" /></a> <a href='http://picasa.google.com/blogger/' target='ext'><img src='http://photos1.blogger.com/pbp.gif' alt='Posted by Picasa' style='border: 0px none ; padding: 0px; background: transparent none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: initial; -moz-background-origin: initial; -moz-background-inline-policy: initial;' align='middle' border='0' /></a> Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1156341526477163392006-08-23T10:29:00.000-03:002006-08-23T14:56:53.346-03:00Depois de algum tempo...Meu Velho<br /><br />Que saudade.<br />Eterna saudade do velho amado<br />que tanto me ensinou<br />e instituiu a saga do primeiro amor.<br /><br />Tu, que por uma vida inteira<br />não esqueceste a primeira,<br />me fez responsável por quem cativo.<br /><br />Quando disseste para preservar<br />os que me rodeiam,<br />esqueceste de me advertir<br />dos erros que eu cometeria.<br /><br />Deixaste esse inevitável<br />desejo pela primeira vez,<br />pelo primeiro amor,<br />pela primeira mulher.<br /><br />Ela que nos fez alguém.<br />Alguém que chora, pensa<br />e sonha constantemente<br />com o primeiro dia,<br />com um beijo à beira mar.<br /><br />Ah, meu velho. Que saudade.<br />Que linda falta fazes.<br /><br />Vianna<br />11/08/2006<br /><br /><br />Prévia da Tríade<br /><br />Tristeza ou paixão.<br />O que me faz escrever?<br />Talvez a lembrança daquela<br />menina rebelde que me transformou<br />e me fez nascer.<br /><br />Queria tragar do pensamento<br />e em sol nascente chorar.<br />Mas o coração não é binário,<br />nele não posso mandar.<br /><br />Da tríade do boêmio,<br />falta-me a música e o bar.<br />Mas pode ter certeza,<br />o grande amor vou reencontrar.<br /><br />Vianna<br />23/08/2006Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1149105115732052702006-06-26T14:56:00.000-03:002006-06-26T15:01:07.660-03:00Orfeu RebeldeOrfeu rebelde, canto como sou:<br />Canto como um possesso<br />Que na casca do tempo, a canivete,<br />Gravasse a fúria de cada momento;<br />Canto, a ver se o meu canto compromete<br />A eternidade do meu sofrimento.<br /><br />Outros, felizes, sejam os rouxinóis...<br />Eu ergo a voz assim, num desafio:<br />Que o céu e a terra, pedras conjugadas<br />Do moinho cruel que me tritura,<br />Saibam que há gritos como há nortadas,<br />Violências famintas de ternura.<br /><br />Bicho instintivo que adivinha a morte<br />No corpo dum poeta que a recusa,<br />Canto como quem usa<br />Os versos em legítima defesa.<br />Canto, sem perguntar à Musa<br />Se o canto é de terror ou de beleza.<br /><br />Autoria: Mário de Sá-Carneiro<br />www.astormentas.comUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1151084788725948512006-06-23T13:56:00.000-03:002006-06-23T14:47:15.686-03:00Lembra<br /><br />Lembra?<br />Daquelas verdes tardes.<br />Tua falta era lembrada.<br />Teu corpo não estava ao meu lado.<br /><br />Lembra?<br />Tu fosses sempre minha<br />E por descuido, em um acaso,<br />Eu sei que te perdi.<br /><br />Lembra?<br />As nossas puras vontades,<br />Por serem puras<br />Foram vorazes.<br />Foram castigo<br />e um viver.<br /><br />Vianna<br /><br />-----------------------------------------------------<br /><br />Teimosia<br /><br />Saio de cena,<br />me agarro à pena,<br />de asa ou pluma<br />o que quero é a bruma<br />de um amanhecer.<br /><br />Essa maneira simples<br />de enfrentar a vida.<br />Esse sono constante<br />E o objetivo mutante<br />do que vou ser.<br /><br />Não caminho em linha.<br />Minha alegria?<br />Minha alegria é rinha<br />E a teimosia de te querer.<br /><br />ViannaUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1149857753937176312006-06-09T09:50:00.000-03:002006-06-09T09:55:53.950-03:00Satisfeito<div style="text-align: center;">Os avessos à pirataria que me perdoem, mas divulgo aqui uma música muito legal que faz parte do disco Universo Ao Meu Redor, Marisa Monte.<br /><a href="http://rapidshare.de/files/15310974/Marisa_Monte_-_Satisfeito_-_Universo_ao_meu_redor.MP3.html">Clique aqui para baixar!</a><br /></div><br />Satisfeito<br /><br />Você me deixou satisfeito<br />Nunca vi deixar alguém assim<br />Você me livrou do preconceito de partir<br />Agora me sinto feliz aqui<br /><br />Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho<br />Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho<br />No meu caminho não tem pedras nem espinhos<br /><br />Eu durmo sereno e acordo<br />Com o canto dos passarinhos<br />Eu durmo sereno e acordo<br />Com o canto dos passarinhosUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1149260023730251862006-06-02T11:47:00.000-03:002006-06-02T11:53:43.816-03:00Embriaguem-se<div style="text-align: justify;">É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.<br /><br />Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.<br /><br />E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.<br /></div><br /><br /><br />Enivrez vous<br /><br /><div style="text-align: justify;"> Il faut être toujours ivre. Tout est là : c'est l'unique question. Pour ne pas sentir l'horrible fardeau du Temps qui brise vos épaules et vous penche vers la terre,il faut vous enivrer sans trêve.<br /> Mais de quoi? De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise, Mais enivrez-vous, Et si quelquefois, sur les marches d'un palais, sur l'herbe verte d'un fossé , dans la solitude morne de votre chambre, vous vous réveillez, l'ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l'étoile, à l'oiseau, à l'horloge, à tout ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est; et le vent, la vague, l'étoile, l'oiseau, l'horloge, vous répondront : "Il est l'heure de s'enivrer! Pour n'être pas les esclaves martyrisés du Temps, enivrez-vous; Enivrez-vous sans cesse ! De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise."<br /></div><br /><br />Autoria: Charles Baudelaire<br />Pequenos Poemas em Prosa (Petites Poèmes en Prose), de 1862<br />http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet003.htm<br />http://www.geocities.com/cumbucapoetica/cb/flores.htmlUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1149083132905206332006-05-31T10:44:00.000-03:002006-05-31T10:45:32.926-03:00Gaudêncio Sete Luas tem um Canto de SaudadesAtirei minha saudade<br />lá no fundo do riacho.<br />As águas foram gemendo<br />chorando ladeira abaixo.<br /><br />Atirei minha saudade<br />lá no fogo da fogueira.<br />Quando o fogo virou cinza<br />a saudade estava inteira.<br /><br />Pra bem fugir da saudade<br />eu montei na ventania.<br />Corri mundo e a saudade<br />na garupa me seguia. <br /><br /><br />Autoria: Luiz Coronel<br />www.paginadogaucho.com.brUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1148659668951214502006-05-26T13:06:00.000-03:002006-05-26T13:11:02.013-03:00<div style="text-align: center;"><br /><br />Sou apaixonado pela noite,<br />Não por seus vícios.<br /><br /><br /><div style="text-align: left;"><div style="text-align: center;">Vianna<br /></div><br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1148042190537290522006-05-19T09:33:00.000-03:002006-05-19T14:36:09.963-03:00EscolhasAs restrições existem<br />são impostas e necessárias.<br />Os limites transgredidos<br />são tormentas.<br />Ratoeiras para felinos pensantes.<br /><br />Em um íngreme abismo,<br />vi transcorrer a verde corredeira.<br />Verde, veloz e profunda.<br />A vontade de banhar-me<br />era maior do que a queda indefinida<br /><br />Um breve recuo<br />e o olhar ao horizonte.<br />À minha direita,<br />a planície e a nascente.<br />Rasa, porém segura.<br /><br />ViannaUnknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1147615185743267712006-05-14T10:54:00.000-03:002006-05-14T10:59:45.756-03:00Posso te olhar uma noite inteira<br />sem dar um passo a frente.<br />Posso apenas fitar tua face<br />e me completar com o retorno<br />dos teus olhos.<br /><br />Alguns desejos não carecem<br />de curtas distâncias.<br />Uma grande beleza não necessita<br />de um pobre cortejo.Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1147291216084633882006-05-10T16:54:00.000-03:002006-05-10T17:00:16.106-03:00InacabadoNão quero cama.<br />Quero banheiro, cozinha,<br />escada ou elevador!<br /><br />Não quero planos,<br />carinho, arrependimento...<br />Não vou pensar!<br /><br />O que quero é mão por debaixo da mesa<br />e um bom prédio em construção.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1146244789899413972006-04-28T13:11:00.000-03:002006-04-28T14:20:46.736-03:00Da discussão para cutucar a falta de inspiraçãoComentei com a Denise, uma grande amiga, que não estava tendo idéias para escrever e ela resolveu fazer uma pequena brincadeira que rendeu o texto abaixo, a quatro mãos. Em <span style="color: rgb(51, 51, 255);">azul</span> é meu e em preto é dela.<br /><br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Chamado a Yeti</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Volta, amado das sombras frias,</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">de dentro das geleiras solitárias,</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">já vem o inverno...</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Vais entrar em hibernação?</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Ou vais fazer do frio uma razão</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">para que em mais versos tua alma enrijecida se aqueça,</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">em meio a odes a Baco e a Odin?</span><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">Do frio trago aconchego,</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">do fogo inspiração.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">Nesse limiar, crio um caminho,</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">Corda de equilibrista.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">A verdadeira pergunta é:</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">Para que lado pende a crista?</span><br /><br />Falas como um surfista<br />ou senhor da rinha de galo?<br />Quanto à corda, equilibrista,<br />se precisares te empresto uma sombrinha, colorida.<br />Pra que, no lúdico espírito,<br />volte meu amigo poeta<br />ao seu ofício.<br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">Retorno de graça e às graças.<br />Transponho temores,<br />canto os amores.<br />Do barulho busco a música.<br />Vivo a mesa rasgada,<br />suspiro pelo joelho.<br />Sou demente ou poderoso.<br />Vivo a terra e o horizonte.<br />Um objetivo nunca é demarcado<br />e não cabe em uma resposta.<br /><br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-size:85%;">Mia pequena alma agradece<br /><br />(levantando as costas...)<br /><br /></span><span style="font-size:100%;">Que bom que o Yeti,<br />meio solitário na caverna gelada,<br />veio dar o seu ar...<br />Terei mais dele<br />quanto mais baixo o termômetro marcar.<br />Deve ser ótimo, na CNTP à quatro graus,<br />com um bom tinto seco, Cabernet Franc.<br /></span></span><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1145967003808161602006-04-25T09:03:00.000-03:002006-04-25T09:10:03.823-03:00AusênciaPessoal, não abandonei este espaço. Apenas um ausência temporária de inspiração. Motivo?<br /><br />"É melhor ser alegre que ser triste<br />Alegria é a melhor coisa que existe<br />É assim como a luz no coração<br />Mas, pra fazer um samba com beleza<br />É preciso um bocado de tristeza<br />É preciso um bocado de tristeza<br />Senão, não se faz um samba não.<br />..."<br /><br />"...<br />Mas deixe a lâmpada acesa<br />Se algum dia a tristeza quiser entrar<br />E uma bebida por perto<br />Porque você pode estar certo que vai chorar"Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1132153877426984102006-04-16T21:49:00.000-03:002006-04-16T21:51:15.480-03:00“ Em 1944 minha mãe e eu voltamos a Moscou. Aí, pela primeira vez em minha vida, tive a oportunidade de ver os inimigos. Se não me engano eram 25 000 prisioneiros alemães que deviam atravessar, numa só coluna, as ruas da capital.<br />Todas as calçadas estavam apinhadas de gente cercada pelos soldados e pela milícia. Na sua maioria, a multidão era constituída de mulheres.<br />Mulheres russas, de mãos deformadas pela dureza do trabalho, com lábios sem batom, ombros magros sobre os quais repousava o peso essencial da guerra. De cada uma delas, provavelmente, os alemães haviam levado um pai, um marido, um irmão ou um filho.<br />Elas olhavam com ódio na direção de onde se esperava a coluna de prisioneiros.<br />Então, esta apareceu.<br />Na frente, marchavam os generais, trazendo levantados os maxilares maciços, e os ângulos dos lábios contraídos, desdenhosos. Assim, queriam reafirmar a sua aristocrática superioridade sobre a plebe que os havia vencido.<br />As mãos calejadas das mulheres russas se fechavam coléricas quando eles passavam.<br />- Fedem à água de colônia, esses sujos! – gritou alguém na multidão.<br />Os soldados e os milicianos tiveram que se apoiar em toda a força de seus corpos para impedir que as mulheres rompessem a barragem.<br />No entanto, de repente, algo aconteceu com a multidão.<br />Chegavam os soldados alemães, magros, sujos, Barbados, as cabeças envoltas em ataduras ensangüentadas, apoiados em muletas ou nos ombros de seus camaradas. Passavam cabisbaixos.<br />Um silencia de morte se instalou na rua. Não se ouviu nada a não ser o lento arrastar dos seus sapatos e de suas muletas.<br />Vi uma matrona usando grandes botas russas colocar a mão no ombro de um miliciano.<br />- Deixe-me passar.<br />Havia algo na voz daquela mulher. Diante do tom imperativo, o miliciano abriu-lhe o caminho. Ela se aproximou da coluna e tirou de seu blusão um pedaço de pão preto cuidadosamente envolto num lenço. Deu-o a um prisioneiro exausto, que se sustentava com dificuldade.<br />De repente, outras mulheres seguiram seu exemplo e começaram a jogar pão e cigarros aos soldados alemães vencidos.<br />Não eram mais os inimigos.<br />Eram, agora, homens.”<br /><br /><span style="font-size:100%;">Eugênio Evtuchenko - </span><span style="font-family:Tahoma;font-size:100%;color:#333333;">Autobiografia Precoce</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1133205072922049672006-04-07T08:25:00.000-03:002006-04-07T08:27:06.366-03:00DIÁRIO DE UM APAIXONADO VNa falta de inspiração, republico um texto ótimo do Carpinejar.<br /><br />DIÁRIO DE UM APAIXONADO V<br /><br />O apaixonado é um obsessivo. Pode ficar uma noite inteira repetindo o mesmo gesto como se fosse novo.<br /><br />* * *<br /><br />Dormir é de menos. Emenda noites seguidas. O apaixonado não dorme, desmaia.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado muda de lugar no restaurante e esquece os óculos.<br /><br />* * *<br /><br />É um preguiçoso, vai escolher uma música ou um poema para dizer o que sente.<br /><br />* * *<br /><br />O guarda-chuva é o chapéu dos apaixonados. Melhor ainda se for uma sombrinha verde.<br /><br />* * *<br /><br />É um consumidor contumaz das coisas que não prestam.<br /><br />* * *<br /><br />Passa a se amar mais, tanto que o amor próprio é o único rival de sua paixão.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado é um viúvo alegre.<br /><br />* * *<br /><br />Jamais toma sopa.<br /><br />* * *<br /><br />Quando o apaixonado começa a falar de admiradoras secretas, o caso já é público.<br /><br />* * *<br /><br />Debruça o tronco na mesa sem as mãos. Como uma marionete.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado duvida do que ele mais acredita. Finge duvidar para ouvir outra vez.<br /><br />* * *<br /><br />Sua memória é a do peixe.<br /><br />* * *<br /><br />Pensa o pior para viver melhor, antes pensava o melhor para viver o pior.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado faz diálogos sem edição. Encontra um motivo para falar de quem está amando mesmo sem motivo.<br /><br />* * *<br /><br />O gosto da boca do apaixonado não se altera conforme a comida. Pode vir espinafre que continua bom.<br /><br />* * *<br /><br />Termina a relação toda hora para sempre recomeçar.<br /><br />* * *<br /><br />Está somente doente para o trabalho.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado cheira a sexo mesmo quando não transou.<br /><br />* * *<br /><br />Está enterrado entre dois seios.<br /><br />* * *<br /><br />"Apesar de tudo" não existe para o apaixonado, só para os conformados.<br /><br />* * *<br /><br />A poesia pode aparecer antes ou depois do sexo, nunca durante.<br /><br />* * *<br /><br />A ansiedade do apaixonado é a de um fanático.<br /><br />* * *<br /><br />Corrige o que foi dito com o suspiro.<br /><br />* * *<br /><br />Não consegue ser sucinto, nem escrever um telegrama ou um epitáfio.<br /><br />* * *<br /><br />Não procura sentido para a vida, basta não ter sentido para vivê-la.<br /><br />* * *<br /><br />Facilita denúncias. Conta unicamente para sua paixão o que não podia contar.<br /><br />* * *<br /><br />Tudo o que não fez numa vida completa em uma noite.<br /><br />* * *<br /><br />O apaixonado mente para melhorar suas verdades.<br /><br />* * *<br /><br />Tem o estranho hábito de não ter hábitos.<br /><br />* * *<br /><br />Não lê jornal. Tanto faz o mundo.<br /><br />Fabrício Carpinejar<br />http://www.carpinejar.blogger.com.brUnknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1144075763990824992006-04-03T11:42:00.000-03:002006-04-03T11:49:24.010-03:00ErroNa minha vida o erro é admirado.<br />O vacilo é construção.<br />Quando caio, acerto.<br />Quando esbarro, transponho.<br />Muros são objetivos de uma vida.<br /><br />Eu erro sim! E tu?<br />Ah... Que maravilhosa ilusão<br />Essa tua perfeição utópica.<br />Enquanto inventas manobras<br />E mentiras, eu crio, canto, amo<br />E vivo o pior da minha boemia.<br /><br />Viva o erro!!<br /><br />ViannaUnknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1143600505282067472006-03-28T23:46:00.001-03:002006-03-29T00:11:24.006-03:00AusênciaEncontrou-me ao avesso e seminu.<br />Cheio de desejos, extremismos e juventude.<br /><br />Entregou-se à minha tempestade de euforia.<br />Construiu a nossa história no lugar da minha.<br /><br />Alterou meus objetivos, curou meus preconceitos,<br />Corrigiu e consolidou alguns princípios.<br /><br />Depois que tudo estava pronto, despediu-se.<br />Com ares de dever cumprido.<br /><br />ViannaUnknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1143460070422915712006-03-27T08:46:00.000-03:002006-03-27T08:47:50.436-03:00Resgate<title></title><meta name="GENERATOR" content="OpenOffice.org 2.0 (Linux)"><meta name="AUTHOR" content="SERPRO SERPRO"><meta name="CREATED" content="20060324;16080700"><meta name="CHANGEDBY" content="SERPRO SERPRO"><meta name="CHANGED" content="20060324;16480800"> <style> <!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } --> </style> <p class="western">Saudade do piercing na língua,<br />do cabelo branco, ora vermelho,<br />constrastante com meu peito fechado.<br />Da pele clara,<br />paralela à minha descendência negra.<br /><br />O samba do meu amor não teve o ritmo do meu prata.<br />Garimpei sem ver a presença de um brilhante.<br />Achei! Um sentimento forte com um brilho longínquo.<br />No qual ainda procuro minha felicidade. </p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18697426.post-1143132140890855792006-03-24T13:34:00.000-03:002006-03-24T11:54:39.866-03:00NomesCrônica de Mário Prata<br /><a href="www.marioprataonline.com.br" target="_blank">www.marioprataonline.com.br</a><br /><br /><br />Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:<br /><br />- Luminária?<br /><br />Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur. Não, abajur mesmo, eu disse.<br /><br />- De teto?<br /><br />Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova. No meu tempo - e isso faz pouco tempo -, o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala. E lá em cima era lustre.<br /><br />- Lustre?<br /><br />Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária. Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem e passe (no futebol) chamar-se - agora - assistência.<br /><br />Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome? A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome. Pra que mudar o nome das coisas? Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes?<br /><br />Caminho do Rei. Pode? Pode. Coisa de vereador com michoca na cabeça e tio para homenagear. Mas lustres e abajur, gente, é demais.<br /><br />Programação de televisão virou grade. Deve ser para prender o espectador mais desavisado. Entrega em domicílio virou delivery. Agenda de correio, mailing.<br /><br />São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'? Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo? Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio. Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.<br /><br />Antigamente virava-se santo. Agora vira-se beato, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí. Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né? Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem? E uma bancada de putados? A turma dos dez por cento agora se chama lobista. E a palavra não vem de lobo. Mas parece.<br /><br />E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim? Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é?<br /><br />Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio. Taí uma idéia.<br /><br />E tem umas palavras que surgem de repente do nada. Quer ver?: luau. Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê. Coisa de bicha, isso de luau.<br /><br />Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa? E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas? E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?<br /><br />E você sabe o que é dentifrício?<br /><br />Outra palavrinha nova é stress. Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress. Mais ou menos como a TPM.<br /><br />Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio. Estressado, só a turma do luau.<br /><br />E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e não jardim de verão?<br /><br />E, se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pode. Desde que coloque o devido trema. Também conhecido como dois pinguinhos.Unknownnoreply@blogger.com1