Da discussão para cutucar a falta de inspiração
Comentei com a Denise, uma grande amiga, que não estava tendo idéias para escrever e ela resolveu fazer uma pequena brincadeira que rendeu o texto abaixo, a quatro mãos. Em azul é meu e em preto é dela.
Chamado a Yeti
Volta, amado das sombras frias,
de dentro das geleiras solitárias,
já vem o inverno...
Vais entrar em hibernação?
Ou vais fazer do frio uma razão
para que em mais versos tua alma enrijecida se aqueça,
em meio a odes a Baco e a Odin?
Do frio trago aconchego,
do fogo inspiração.
Nesse limiar, crio um caminho,
Corda de equilibrista.
A verdadeira pergunta é:
Para que lado pende a crista?
Falas como um surfista
ou senhor da rinha de galo?
Quanto à corda, equilibrista,
se precisares te empresto uma sombrinha, colorida.
Pra que, no lúdico espírito,
volte meu amigo poeta
ao seu ofício.
Retorno de graça e às graças.
Transponho temores,
canto os amores.
Do barulho busco a música.
Vivo a mesa rasgada,
suspiro pelo joelho.
Sou demente ou poderoso.
Vivo a terra e o horizonte.
Um objetivo nunca é demarcado
e não cabe em uma resposta.
Mia pequena alma agradece
(levantando as costas...)
Que bom que o Yeti,
meio solitário na caverna gelada,
veio dar o seu ar...
Terei mais dele
quanto mais baixo o termômetro marcar.
Deve ser ótimo, na CNTP à quatro graus,
com um bom tinto seco, Cabernet Franc.
3 Comments:
a quatro mãos, sempre bom!
te beijo
Que legalzinho, amigo! Qualquer dia você me convida para andar nessa sua bicicleta-poética?
Ah: sabe quem faz muito disso? a Christiana Nóvoa, do "Nóvoa em Folha"...
Gostei!
(falar nisso, vai lá no Road que pari um poema: acabei de cortar o umbigo!)
Beijos poéticos...
Bah ficou bem interessante. Ótima forma de escrever um poema.
Abração!
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