30 novembro 2005

Observador

Observador

Sempre quis te ver sozinha.
Tu e teu corpo.
A água caindo de longe,
as tuas mãos no caminho do teu pensamento.
Os dedos percorrendo o sentido do teu prazer.

As veias inflam e o coração acelera.
Estás livre e os teus devaneios
passeiam por vielas subversivas
e singelas de fantasias audazes.

A observação me enlouquece.

Teu corpo treme,
as feições do teu rosto se transformam.
Não consegues mais controlar os movimentos
involutários dos teus músculos.

Buscas com os olhos as fotografias
que só teu imaginário alcança.
Nenhum relato posterior evidenciará
as sensações de tuas fantasias.

Trêmula e rígida extravasas todo teu prazer em um suspiro.
Após contrações sucessivas a respiração acalma,
os músculos relaxam, as pálpebras caem.
Eu...observo.

Vianna