30 novembro 2011

Transição

Não tire da paixão
o direito de virar amor.
Esse é o sentimento completo,
aquele apenas calor.
Um se apaga com o vento,
o outro apenas com a dor.

A mente que não se concentra
é prenúncio de confusão.
Quando o corpo se agita,
pode apostar que é paixão.

Aceite o nobre caminho
em tom de elevação.
O peito que bate mais forte
anuncia a transição.
Quando o amor chega perto,
é maior que qualquer paixão.

Grade Curricular

Matemática, literatura
Livro texto, gravura
Da Vinci, Machado de Assis

É a regra da escola
No máximo bate-bola
De camisa, chuteira e ainda por cima juiz

Queria aprender Cartola
Mas na minha escola
Tal matéria eu nunca vi

Insisti até conhecer a Portela
E foi por essa viela
Que eu me perdi

Não tem nome, nem idade

Vamos arriscar poesia
Resumir em linhas
O que a mocidade fez

Samba que não tem maldade
Transmite a verdade
Compondo meu ser

Já falaram: ele não tem vaidade
Não tem nome, nem idade
É simples, entenda o por quê

Não precisa ser bamba
Ou celebridade
Até moleque da cidade
No samba eu vi crescer

26 novembro 2008

E eu que morava sozinha.
Um dia vi um pêlo em meu desodorante rolon.
Não era meu.
A geladeira entreaberta
e um copo sujo sobre a pia
Não era meu.
Ouvi um suspiro surgir ao meu lado.
Não era eu.
Era o lado ocupado na cama
Que eu tanto queria.

26 janeiro 2007

Imaginação

Procuro uma razão
e de literal me resta a dúvida.

Sim.
Quero o absurdo,
quero o espelho
da minha negação.

Idealismo ou
encenação,
a minha tara é livre.
Tão simples
que não sei dizer.

Tu que me vês,
diz-me o porquê
da minha imaginação.

Vianna
Novembro/2006

04 dezembro 2006

Montagem

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25 novembro 2006

Pôr do Sol em Porto Alegre

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23 agosto 2006

Depois de algum tempo...

Meu Velho

Que saudade.
Eterna saudade do velho amado
que tanto me ensinou
e instituiu a saga do primeiro amor.

Tu, que por uma vida inteira
não esqueceste a primeira,
me fez responsável por quem cativo.

Quando disseste para preservar
os que me rodeiam,
esqueceste de me advertir
dos erros que eu cometeria.

Deixaste esse inevitável
desejo pela primeira vez,
pelo primeiro amor,
pela primeira mulher.

Ela que nos fez alguém.
Alguém que chora, pensa
e sonha constantemente
com o primeiro dia,
com um beijo à beira mar.

Ah, meu velho. Que saudade.
Que linda falta fazes.

Vianna
11/08/2006


Prévia da Tríade

Tristeza ou paixão.
O que me faz escrever?
Talvez a lembrança daquela
menina rebelde que me transformou
e me fez nascer.

Queria tragar do pensamento
e em sol nascente chorar.
Mas o coração não é binário,
nele não posso mandar.

Da tríade do boêmio,
falta-me a música e o bar.
Mas pode ter certeza,
o grande amor vou reencontrar.

Vianna
23/08/2006

26 junho 2006

Orfeu Rebelde

Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.

Autoria: Mário de Sá-Carneiro
www.astormentas.com