31 dezembro 2005

Felicidade, MUITA felicidade!!!

A felicidade não pode ser aguardada, temos que buscá-la. Veja em cada pessoa um pedaço que te falta, guarde cada experiência como aprendizado, deseje o melhor para todos e, se não podes perdoar, esqueça os que não te fizeram bem.

Ninguém é insubstituível, mas cada pessoa que passa pela tua vida tem um lugar reservado. Lembranças não fazem mal, porém não viva delas, viva do novo!

Este blog não é um espaço para descrições, nunca será um "diário", mas tenho que registrar os dias incríveis que tenho passado. O Ano Novo aqui no Rio está memorável. Vir sozinho, mais uma vez me mostrou a facilidade que tenho de conhecer pessoas. Estou em um albergue onde poucos falam português e eu, por pouco tempo, não falo outra língua. Inacreditavelmente convivi muito bem com a comunicação precária e improvisada. Qualquer objeto serve como susbstituição a uma palavra. O "portunhol" tornou-se língua universal. Israel, México, Estados Unidos, Austrália... O "portunhol" vai longe. E quando não consigo conversar com alguém, sempre há um "intérprete" por perto e esse triângulo linguístico, por vezes cansativo, acaba aproximando todos. O Brasil não está de fora, os mineiros são os mais frequentes. E deixarão ótimas lembranças. Logo, logo vou a BH.
Bem, agora vou dormir um pouco para recarregar a energia e enfrentar a primeira noite do ano!!

Feliz Ano Novo a todos!!!!!

26 dezembro 2005


Meu próximo post será alguns quilômetros a frente.
Parece que quanto mais o final de ano se aproxima melhor é cada minuto.

22 dezembro 2005

2005

Sabe aquele filme que o diretor guarda todas as informações para os últimos dez minutos? Cenas extremamente longas que não dizem nada?(e o que dizem é de um mau gosto danado). Na metade da história juramos que é o pior filme da vida... Nada acontece...

Porém, as peças começam a se encaixar...e os dez minutos finais valem pelo filme inteiro!!

Eis a minha visão de 2005.


Comentário para um post da Clarice

21 dezembro 2005

Par

Não quero saber a tua origem
nem a tua formação
Só quero que gostes de samba
e flutue com o violão

Entendas a magia da lua,
te entregue ao compasso
noturno.
Não há par mais bonito
do que cordas e percussão.

Limite-se a ouvir.
Esqueça de sensurar.
Beba a cachaça ardida
e acorde só amanhã.

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Tempo bem aproveitado

Não penso em te esquecer
Enquanto ocupas teu tempo
com esse objetivo infundado,
empacada em um medo mundano,
guardo o sentimento concreto
e prossigo em um crescimento constante.
A hora que, com êxito, afirmares
que me esqueceu,
estaremos distantes.
Abanarei com o mesmo carinho
que te beijei
e continuarei subindo.

20 dezembro 2005

Flores Mortas

Flores Mortas

Li teu nome em uma pétala.
Rasguei e guardei no bolso.
Flores mortas também dão frutos.

Li teu nome em um vinil.
Arranhei até achar a repetição
mais triste.

Li teu nome no raio do Sol.
Aguardei o eclipse
e te ofusquei junto com a lua.

Li teu nome no meu coração.
Adormeci ouvindo ele bater
lenta e continuamente.

Vianna

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No final tudo dá certo

O melhor e o pior ano
podem coexistir em doze meses.
Tempo necessário para
consolidar conceitos e transformar princípios.
Esquecer um amor
ou perpetuá-lo como objetivo e lembrança.

No final tudo dá certo.
Mas tanta coisa se perde nesse caminho...

A perda que antecede a conquista,
o choro que dá risada,
a lembrança irritante e consoladora.
Une e afasta.

Te quero tão longe
quanto um abraço de despedida.
Suma e só apareça
quando eu acordar.

Vianna

16 dezembro 2005

Ouvindo qualquer nota
lembro dos acordes dos teus movimentos,
teus braços envolventes, de uma sutileza singela.
Lamento a perda e brado a descoberta.
Luz nova, caminhos obtusos.
Um triângulo cruzou meu caminho e
cruzei-o pelo meio.
Sem dúvidas ou indecisões.
O instinto me conserva
e o vazio me absorve.


Vianna


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Não recorras à simplicidade do absoluto.
O extremismo é inconsequente.
O poder, enquanto possibilidade,
rege todas as imaginações.
Não digas que "é",
digas que "pode ser"...e será.
O monarca existiu enquanto acreditaram nele.
Morreu quando acreditou ser mais que todos
que o construiram.
O relativo nos guia e
o ponto final é incerto.


Vianna

13 dezembro 2005

Viajar? Para viajar basta existir.
Vou de dia para dia, como de estação para estação,
no comboio do meu corpo, ou do meu destino,
debruçado sobre as ruas e as praças,
sobre os gestos e os rostos,
sempre iguais e sempre diferentes,
como, afinal, as paisagens são.

Se imagino, vejo.
Que mais faço eu se viajo?
Só a fraqueza extrema da imaginação justifica
que se tenha que deslocar para sentir.

"Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl,
te levará até ao fim do mundo".
Mas o fim do mundo, desde que o mundo
se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl
de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo,
como o principio, é o nosso conceito do mundo.
É em nós que as paisagens tem paisagem.
Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são;
se são, vejo-as como ás outras.
Para que viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China,
nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo,
e no tipo e gênero das minhas sensações?

A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes.
O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.

Fernando Pessoa

11 dezembro 2005

VICE-REI

Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...

Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.

Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.

Fabio Rocha
www.fabiorocha.com.br

09 dezembro 2005

Linda morena

Linda morena
de traços indígenas

Aguardo com a paciência de
um voyeur
o momento em que teus olhos
cruzarão os meus.

Te observo,
te analiso,
te trago para perto de mim.

Conto teu piscar de olhos,
me perco em teu olhar profundo.

Te transformo na musa de um dia
que se finda
com o raiar do Sol.

Vianna

06 dezembro 2005

O medo é sempre burro.

O medo é sempre burro.

Feliz é a criança que, na brincadeira de cabra cega, venda os olhos e sai rindo por não saber onde pisa, não saber onde pode esbarrar. A grande diferença é que nessa fase, de inteligência singular, sempre esperamos o melhor. Quando temos a possibilidade de aproveitar tudo que construímos em uma vida, perdemos o resto dela avaliando a probabilidade de ter um buraco no caminho, uma quina de mesa.

O medo é sempre burro.

Escrevi o texto acima como comentário de um texto do Carpinejar
"LIGADURA E VASECTOMIA NO CORAÇÃO"
Vale a pena ler:
http://www.carpinejar.blogger.com.br/

05 dezembro 2005

Vanessa da Mata


Uma voz maravilhosa, um repertório divino. Essa grande artista tem uma presença de palco contagiante e um carisma de arrepiar o mais distante dos espectadores. Sua interação com o público acontece de forma natural, sem excessos, nem formalidades. O que faz parecer que ela está cantando ao seu lado, com direito a cafuné e um bom abraço. Sua música só tem um defeito, integrar trilha sonora de novela. Mas, grandes nomes da música já superaram esse mal e sairam quase ilesos.

No show do dia 04/12/05, em Porto Alegre, ela contou uma pequena história, ou nem tão pequena assim, que em geral representa a sequência de atitudes de pessoas buscando recuperar um amor fujão. Primeiro imploramos, expulsamos o orgulho a ponta pés, logo em seguida o Tio Ego no faz uma visita e nos ensina coisas incríveis. Uma aula de postura. Bobagem... Damos tchau ao Tio Ego que entra no taxi, retornando ao asilo.
É hora de apelar. Eternidade, morte, felicidade perdida, alma gêmea, quantas promessas. Por fim, nada dando certo, o jeito é matar galinha preta e acender um bom charuto.

Se essa linda menina da mata teve que tentar cinco vezes,
jurar, mentir, rogar aos santos, sair pra luta
e conseguiu
pode preparar o bolo e as taças de champagne
que eu tô chegando.

Vianna

04 dezembro 2005

A minha barba cresce

Notas do Sol

A quinta freqüência dessa luz
emite as notas do sol
Tuas lembranças irradiam
a energia celestial
Os astros mudam de lugar e
uma nova constelação se forma.
Um buraco negro parou na minha frente
e sua imensidão ofusca meus olhos.
Sinto vontade de me perder
nesse vazio e nunca mais voltar.
A chama de uma vela me resgata.
Então, me entrego ao calor dos teus braços.

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A minha barba cresce

Um pêlo a mais
uma idéia a menos
um sinal de liberdade
uma falha pela idade

A minha barba cresce

Tento te agradar
sem te ver
sem arranhar teu pescoço
sem maltratar tua virilha

A minha barba cresce

Transpareço longevidade
talvez contrariedade

A minha barba cresce

Sem exitar ou disfarçar
me transformo em um ermitão
de princípios auto-suficientes
e carências irremediáveis

A minha barba cresce

Não venha com lâminas, navalhas, tesoura,
nem pensar!
Pois, apesar do teu distanciamento

A minha barba cresce.

Vianna
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Gosto de sair sozinho
analisar pessoas
fitar comportamentos
Conhecer uma vida
pela maneira de empunhar um copo.
O sorriso sem motivo
o dedo erguido para o garçom.
Coisas que só podemos ver
quando estamos sozinhos.
Escuto as conversas alheias
e as guardo em minha
memória volátil.
Uma reclama do namorado,
o outro conta a sua transa de pescador.
Me canso de ficar sozinho.
- Garçom!!
- Uma companhia com fritas!

Vianna

02 dezembro 2005

Dia Nacional do Samba

Viva o samba!!

Hoje comemora-se o Dia Nacional do Samba. Data de origem controversa, mas que evidencia a importância de um movimento cultural intrínseco ao povo brasileiro. O samba representa no Brasil mais do que um rítmo musical, mais do que belas mulatas e seus passos de cadência inigualável. O samba expressa a história de um povo, a vida de um malandro, a tristeza e a felicidade cotidiana.

Não confunda samba com pagode e não desmereça o segundo, por conceituá-lo incorretamente. Samba é o ritmo, o gênero. Pagode é a reunião de pessoas para fazer samba, sem compromisso, talvez no improviso. Então, não diga que gosta de samba e não de pagode. Pois, são objetos distintos que andam juntos.

Diga sim, e aos quatro ventos, que não gosta de melodias pobres, interpretadas por artistas de cabelos brancos que não foram descoloridos pelo tempo, composições destinadas a gravadoras e não à paixão, nem à boemia, escritas em um escritório bem decorado e não em uma mesa de bar. Isso não é pagode, não é samba, é resultado da comercialização da arte.

Comercialize o resultado final, mas não componha sobre o extrato bancário.

Donga e Mauro de Almeida compuseram o primeiro samba gravado e que teve projeção efetiva.

Pelo Telefone
Donga & Mauro de Almeida

O chefe da folia pelo telefone manda lhe avisar

Que com alegria não se questione para se brincar

O chefe da polícia pelo telefone manda lhe avisar

Que na Carioca tem uma roleta para se brincar

- Ai, ai, ai,

- Deixa as mágoas para trás ó rapaz

- Ai, ai, ai,

- Fica triste se é capaz, e verás

Tomara que tu apanhes

Pra nunca mais fazer isso

Tirar o amor dos outros

E depois fazer feitiço

Ai se a rolinha (Sinhô, sinhô)

Se embaraçou (Sinhô, sinhô)

É que a avezinha (Sinhô, sinhô)

Nunca sambou (Sinhô, sinhô)

Porque este samba (Sinhô, sinhô)

De arrepiar (Sinhô, sinhô)

Põe perna bamba (Sinhô, sinhô)

E faz chorar