31 janeiro 2006

SEXO & BEETHOVEN - O REENCONTRO


CENA 7 - INT/DIA - APARTAMENTO: SALA

Tigrão morde o bico de um dos seios de Ivete.

TIGRÃO
É uma pena que eu não tenha belas palavras para
descrever os teus seios.

IVETE
(sorrindo) Não tem belas palavras? Claro que
tem...

TIGRÃO
(pensativo) O Crocce descobriu que quase não
existem formas de qualificar o belo. Já o feio...
é mole.

IVETE
Não... É muito mais fácil elogiar que criticar.

TIGRÃO
Então vamos fazer um teste. Eu digo alguma coisa
elogiosa sobre os teus seios. E tu diz outra, logo
depois, e assim por diante, sem repetir. Entendeu?

IVETE
Entendi.

TIGRÃO
Lindos.

IVETE
Bonitos.

TIGRÃO
Harmoniosos.IVETE
(insegura, pensa um pouco, concentra-se e,
finalmente, acha) Formosos.

TIGRÃO
Graciosos.

IVETE
Vale gíria?

TIGRÃO
Vale tudo pra definir o belo.

IVETE
Chocantes.

TIGRÃO
Encantadores.

IVETE
(concentra-se muito, esforça-se, mas em vão) Não
consigo lembrar...

TIGRÃO
É que realmente não existem muitas outras
palavras. Eu ainda lembro de "sublimes",
"delicados"... Mas agora vamos falar mal. Feios.

IVETE
Horríveis.

TIGRÃO
Desajeitados.

IVETE
Horrorosos.

TIGRÃO
Repelentes.

IVETE
Asquerosos.

TIGRÃO
Vulgares.

IVETE
Indecentes.

TIGRÃO
(cada vez mais alto) Disformes, desagradáveis,
hediondos, vergonhosos, vulgares, banais,
indecentes, desajeitados, afetados, rudes,
desarmoniosos... (volta a baixar o tom da voz)
Isso tudo sem usar gíria, que aí já é covardia.

IVETE
Eu nunca tinha notado isso... Então, isso quer
dizer que...TIGRÃO
Isso não quer dizer nada, Ivete, porque o que
interessa são os teus seios. Só os maus poetas
usam tantos adjetivos. (inclina-se para beijar os
seios de Ivete, mas é interrompido pelo grito de
Peter)

Fragmento de :
SEXO & BEETHOVEN - O REENCONTRO
roteiro de Carlos Gerbase,
fevereiro de 1997
produção: Casa de Cinema de Porto Alegre
Roteiro completo em
http://www.casacinepoa.com.br/port/roteiros/Sexbeeth.txt

27 janeiro 2006

Um ano

Um ano é tempo que 365 dias não contam.
São dias que minhas memórias não consideram.
Ilustra monstros e ilumina deuses.
Esse tempo cronometrado
espanca o menino que sonha,
amordaça a virgem que ainda crê.
O vestido branco,
a pureza fundada na hipocrisia
de um amanhecer sem luz.
Sonhos subversivos ancorados
em um deserto de flores mortas.
Lustres, chamas, velas, luz!
O brilho do sol em mais uma noite.

Vianna

19 janeiro 2006

Solidão é a visão da tua nudez
sem o meu abraço

É o teu beijo
sem os meus braços

É a beleza do teu poema
sem a minha tristeza

É o ressoar da tua música
sem letra

A melodia pura,
sem palavras.

As notas áfonas
e o dia sem amanhecer.

Vianna

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Há dias em que a chuva floresce
mais que o sol.
Irradia gotas translúcidas
e penetra na imaginação.

Dela surgem sentimentos
e lembranças tórridas.
O cheiro da terra,
o resbalar das pedras.

Aquele beijo úmido me eleva a estrelas
que hoje se escondem por trás de rígidas nuvens
Objetos longínquos, formas inalcançáveis.

Difícil é recordar o que não alcançamos,
relatar o que não vivemos,
almejar o que nunca buscamos,
chorar o que jamais amamos!

Vianna

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Se é que conseguirei dizer adeus
que seja eterno e não volte mais.
Não caia na tentação de pedir perdão.

Por mais que tenha sido intenso nosso amor,
o caminho traçado por nossas vidas foi conflitante.
As lembranças daqueles instantes não asseguram
as alegrias necessárias ao cotidiano.

Podes julgar meus pensamentos insanos,
meus objetivos levianos, que sejam!

Vivo, amo, morro e sobretudo
rio dos dias que absorvo
com todas as forças da minha boemia.

Vianna

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Pasmem!
Existem homens que não falam quando acompanhados.
E eu...sou louco por falar sozinho,
por me expressar para quem quer ou não ouvir.
Louco ou chato eu falo e me faço ouvir.
Conquisto e afasto
Amo e crio paixões
Vibro e morro.

Vianna

18 janeiro 2006

Contribuição de um amigo

Mais um dia?

O estúpido sorriso das pessoas que me rodeiam parece vazio e sem sentido.
Hoje a vida foi cinza mais uma vez. Em alguns momentos questionei o que estava fazendo naquele lugar, com pessoas estranhas e acompanhado de uma estranha.

Tive medo, muito medo, minhas mãos tremeram mas acho que ninguém percebeu. Ao fim alguém me perseguiu e tive que caminhar com passos largos, pois novamente tive medo do desconhecido e principalmente de meus pensamentos

Rafael
22/11/2005

09 janeiro 2006

Como dizia o poeta

Como dizia o poeta
Vinicius de Moraes / Toquinho

Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai

Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não

Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão

Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer

Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão

02 janeiro 2006

Boa brincadeira!

Li no blog da Clarice, que leu no da Paloma, que leu no do Celinho, uma brincadeira bem interessante.

A original é:
"Pegue o livro mais próximo de você. Abra o livro na página 23. Ache a quinta frase. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções."

Não esqueça de colocar o autor e livro. Se tiver um tempinho, comente os blogs indicados acima.

"Nunca mulher nenhuma foi tão bela!"
Soneto de Devoção
Vinícius de Moraes
Livro de Sonetos


Esse ano começou maravilhosamente e só vai melhorar!!!